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Anfavea vê nova corrida às lojas com volta do IPI – 11/08/09
 
Valor Econômico

Murillo Camarotto

A recomposição da alíquota original do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), marcada para começar em 1º de outubro, deverá gerar uma nova corrida às concessionárias em agosto e setembro. A expectativa é do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, que recomenda aos interessados em um carro novo que “não deixem a compra para última hora”, pois poderá haver falta de modelos.

A redução do IPI incidente sobre a produção de automóveis foi a grande responsável por salvar da crise a indústria automobilística nacional, que vive seu melhor ano da história. De janeiro a julho, as vendas totais somaram 1,735 milhão de unidades, alta de 2,4% ante o mesmo período de 2008. Em julho, entretanto, as vendas caíram 4,9% ante junho deste ano e 0,9% ante julho de 2008, para 285,4 mil veículos. Tratam-se dos três melhores meses de vendas da história da indústria automotiva nacional.

Apesar do desempenho, a indústria ainda não mostrava recuperação dos cerca 12,2 mil empregos cortados desde outubro do ano passado, quando a crise ainda assustava. Em julho, porém, foi registrado o primeiro resultado positivo, com 87 contratações líquidas. Se excluído o segmento de máquinas agrícolas, que segue demitindo, as admissões no mês somam 327.

Mesmo discreto, o número foi comemorado por Schneider. O executivo afirmou que os próximos meses devem mostrar retomada ainda mais forte dos níveis de emprego, tanto em razão de contratações já realizadas, e não contabilizadas, quanto por novas que devem ocorrer em razão do cenário aquecido de vendas.

“Espero um número expressivo, principalmente no segmento de carros de passeio e comerciais leves”, afirmou o dirigente.

A Anfavea vem justificando as demissões com o cenário ainda ruim para as exportações, que acaba prejudicando o nível de produção. A receita das montadoras com o mercado externo caiu pela metade quando comparada a julho de 2008, para US$ 618,3 milhões. Em unidades, a queda é de 41,9%, com 36,81 mil veículos vendidos.

Por este motivo, a produção segue prejudicada. Foram fabricadas 281,6 mil unidades em julho, 11,5% menos que no mesmo período de 2008 e 0,9% abaixo do verificado no mês anterior. Em sete meses, acumula 1,752 milhão de unidades, 12,9% menos que um ano antes.

Diante desse quadro, Schneider ainda não sabe dizer se a indústria irá recuperar todos os empregos perdidos, mas fez uma correlação direta com a atividade das fábricas. “Se voltar o mesmo nível de produção, volta o mesmo nível de emprego”, declarou.


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