Simepetro - Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras, Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo
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Venezuela oferece óleo cru para pagar sociedade em refinaria Abreu e Lima

A estatal venezuelana PDVSA propôs à Petrobras entregar petróleo cru, em vez de dinheiro, como pagamento por sua participação na refinaria Abreu e Lima (PE).

 

A Petrobras aguarda há sete anos uma definição da PDVSA sobre sua entrada na sociedade. Para não prejudicar as obras -que sofreram atraso de quatro anos e só devem terminar no final de 2014-, a estatal brasileira tocou sozinha o projeto até agora.

 

Inicialmente orçada em US$ 2,3 bilhões, a refinaria vai custar, ao menos, US$ 17,1 bilhões. Mais da metade desse valor já foi injetado pela Petrobras na refinaria.

 

A ideia da PDVSA, que deveria ficar com 40% da unidade, é fornecer ao Brasil 70 mil barris/dia em troca do valor que teria de aportar no empreendimento.

 

A proposta sofre rejeição dentro da Petrobras, que prefere receber em dinheiro. A decisão final, porém, também passará pelo Planalto, que acompanha as negociações.

 

Fechada pelos governos de Hugo Chávez e do ex-presidente Lula, a sociedade com a PDVSA nunca agradou a Petrobras. Dentre os motivos do estouro do orçamento da refinaria estão a entrada da venezuelana no projeto e a posterior indefinição sobre a sua participação.

 

A Petrobras teve de planejar “duas refinarias” em paralelo em um mesmo empreendimento, pois era incompatível processar, em uma mesma planta industrial, o óleo venezuelano ultrapesado e o brasileiro, mais leve.

 

Com a demora da PDVSA em acertar a sociedade, a Petrobras decidiu alterar o projeto e prever apenas o refino do óleo brasileiro.

 

As sucessivas mudanças de projeto se somaram a cancelamentos de licitações, greves de trabalhadores, dificuldade em recrutar mão de obra e inadequação do terreno escolhido. Tudo isso provocou o aumento do custo final da refinaria. A estatal alega ainda que a variação cambial encareceu o empreendimento.

 

Um dos motivos da indefinição da participação da estatal da Venezuela é que a empresa não apresentou garantias suficientes ao BNDES, que financia o projeto.

 

Apesar de um acordo final com a PDVSA não estar selado ainda, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, vê avanços na negociação. Durante a divulgação do balanço no começo do mês, a executiva disse que as discussões “evoluíram muito” recentemente.

 

“Temos todo o interesse em ter a PDVSA como sócia para que ela compartilhe o custo [do investimento] e o bônus do resultado.

 

Fonte: Folha de São Paulo


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