Simepetro - Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras, Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo
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A nova realidade dos combustíveis: o que precisa ser feito?

II Simpósio Internacional de Combustíveis, Biocombustíveis e Aditivos

Promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva – AEA, no último dia 25 de junho, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo, o simpósio abordou a importância dos bicombustíveis para o mundo, novas tecnologias, níveis de emissões e a posição favorável do Brasil em relação ao mercado mundial. Participaram do evento mais de 150 profissionais de diferentes segmentos da cadeia automotiva nacional e internacional.
Com os dados apresentados pelo conselheiro do IBP, o Brasil em comparação com o mundo não é um grande consumidor de energia, utilizando 2% em relação ao contexto mundial. Segundo ele, o Brasil a longo prazo pode se tornar um grande exportador de combustível para o mundo.

O conselheiro do IBP – Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis, Armando Guedes Coelho, na palestra “Panorama Atual da Matriz Energética Brasileira”, discorreu sobre o panorama mundial na diversificação das fontes de energia e sobre a escassez daqui a alguns anos das reservas de petróleo no mundo e suas implicações. “O desenvolvimento de fontes de energia é muito caro. A tendência natural é que o petróleo e o gás tenha um valor maior de mercado para viabilizar a busca por pesquisa de outras fontes de energia em virtude da escassez do produto. Considerada a atual produção, os EUA terão petróleo por mais cerca de 12 anos, uma realidade perigosa para aquele país.” explicou Coelho.

Com os dados apresentados pelo conselheiro do IBP, o Brasil em comparação com o mundo não é um grande consumidor de energia, utilizando 2% em relação ao contexto mundial. Segundo ele, o Brasil a longo prazo pode se tornar um grande exportador de combustível para o mundo.

A superintendente de Bicombustíveis e de Qualidade de Produto da ANP, Rosângela Moreira de Araújo, por sua vez, com a palestra sobre especificações de combustíveis, apresentou durante o simpósio o trabalho da agência em analisar novos produtos como o Diesel S10, S50, S500 e S1800. “Estamos buscando a regulamentação e adequação de um registro único que vai proteger o consumidor final contra possíveis fraudes e garantindo o seu direito de adquirir produtos em perfeitas condições de uso e de acordo com a especificação”, argumentou Araújo.

Leocadio Antunes, diretor superintendente da Petróleo Ipiranga, falou sobre “Panorama Atual da Distribuição de Combustíveis no País”, ao dar ênfase à competitividade no mercado, importância da redução dos indício de não conformidade da ANP, o fim da indústria de liminares, a resolução ANP 07/2007, o aumento na arrecadação tributária, redução da alíquota de ICMS em São Paulo com a utilização de notas fiscais eletrônicas e o aumento da porcentagem no recolhimento nas usinas ( PIS/Cofins). “Através destes pontos, existe uma perspectiva de um crescimento sustentado do PIB, uma melhora na distribuição de renda com um grande mercado consumidor a ser explorado. O Brasil conta com uma posição privilegiada em bicombustíveis por condições climáticas e extensão territorial, por dominar a tecnologia do etanol e sendo auto-suficiente em petróleo. Nosso maior desafio é a complexidade logística para atender esta demanda”, concluiu Antunes.
Alfred Szwarc, assessor da presidência da UNICA – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, apresentou as possibilidades da Expansão do Etanol no Mercado Brasileiro e Internacional. “Com a expansão contínua da frota flex e por utilizarmos um combustível agrícola extraído da cana-de-açúcar, o etano se torna uma energia com sustentabilidade ambiental. A extensão das terras no país facilitou a implantação deste produto que ocupou 64,7% de áreas de pasto improdutivo no território brasileiro. Com isso houve um aumento na produtividade agrícola, redução no consumo de água através de investimentos tecnológicos, com a eficiência da fermentação, co-geração, redução de agroquímicos, geração de energia da vinhaça, a recuperação de solos degradados e a fabricação de co-produtos com a sobra de matéria-prima sem falar na bioeletricidade”, afirmou Szwarc que aposta que o Brasil pode ser um grande exportador de etanol com aumento do interesse global pelos bicombustíveis.

O presidente do Sincopetro, José Alberto Gouveia, debateu sobre o tema “Identificação da Qualidade dos Combustíveis para o Consumidor Final”, um trabalho da entidade na ação de combate à adulteração de combustíveis. “Iniciamos esta campanha em 2004 com apoio da Rádio Bandeirantes, na qual o combustível é analisado em apenas 2 minutos. Nós convidamos os consumidores a trazerem seus carros para fazer este teste e denunciar o posto revendedor que estiver trabalhando com produtos de má qualidade”, argumentou Gouveia.
Até agora, a campanha já analisou cerca de 14 mil amostras. E o número de reprovação vem caindo. “O consumidor está mais exigente. A fiscalização está mais intensa. Conseguimos uma importante vitória ao conseguíramos a sanção da lei 11929 que estabelece a cassação de posto de abastecimento com combustível adulterado”, explicou.

Painel de Tecnologia – O presidente da Magneti Marelli, Virgilio Cerutti, com o tema “Visão do Sistema sobre as Tecnologias Envolvendo a Matriz Energética”, falou sobre o grande desafio da indústria automotiva em armazenar a energia gerada de custo baixo e desenvolver alternativa para necessidades globais de mobilidade com baixo nível de emissão de poluentes. “O melhor exemplo de sucesso na utilização de energia alternativa é o brasileiro que atualmente responde por 100% da fabricação com versão flex”, ressaltou Cerutti.

A palestra de Walter Zottin, pesquisador executivo da Mahle Metal Leve, com o tema “Motores Virtuais: Simulando o Consumo de Combustíveis”, mostra como reduzir os investimentos e gastos de combustíveis nos testes de motores, além de ajudar na escolha das melhores soluções para desempenho do veículo como a melhora de atrito e eficiência térmica, otimização de componentes, regulamentação de emissões de CO2 , consumo e potência.

O diretor de Engenharia de Produto da FPT Mercosul, João Irineu Medeiros, levou ao simpósio o tema “O Futuro da Matriz Energética em Função dos Motores”, no qual discorreu sobre projetos de desenvolvimento de tecnologia confiável na utilização do etanol.

Painel Internacional – Esta sessão do simpósio contou com o francês Jean- Louis Rapaud, da Total Additifs et Carburants Speciaux, que explicou sobre o tema “Quality Issues on Automotive Fuels”. “A Europa busca um corte de 20% nas emissões de GEE até 2020, diminuir 20% o consumo energético por meio da melhor eficiência de queima, 20% de aumento na utilização de fontes renováveis de energia. Trata-se da campanha ‘Europe’s 20-20-20 Pan’, que visa qualidade de vida na Europa. A maior preocupação é o tempo de armazenamento do produto e a velocidade de cristalização. Então testamos uma gama de combustíveis automotivos com os requisitos de OEM para os seus ensaios e desenvolvimento de programas para atingir os requisitos específicos de bicombustíveis”, explicou Rapaud.

O coordenador Executivo Senior da Toyota Brasil e também membro da Jama (Japan Automobile Manufacturers Association), Ryuichiro Kamioka, com o tema “World Wide Fuel Charter – Recommended Biofuel”, destacou que “a indústria do automóvel, por ser global, há necessidade de harmonização internacional dos combustíveis no mercado, incluindo os biocombustíveis porque as normas para estes produtos podem ser muito variáveis e nem sempre adequados para a utilização nos motores deste ou daquele país. No ponto de vista da segurança energética e redução de CO2, os biocombustíveis tornaram-se mais importantes em virtude da melhor qualidade dos combustíveis automotivos no mercado e a vantagem de um ar mais limpo. Isso demonstra a necessidade de compatibilidade entre as normas de combustível e tecnologia de motores”, enfatizou Kamioka.

E, finalmente, o gerente do Departamento de Assuntos de Engenharia da Toyota Motor Corporation, Nobutaka Morimitsu, falou sobre a “Perspectivas da Toyota sobre os Bicombustíveis“. “A previsão é que o valor do barril de petróleo chegue a100 dólares em virtude de seu esgotamento a curto prazo. O apoio para fontes alternativas de energia está muito forte. Por isso, a situação do Brasil se mostra muito confortável, podendo virar um grande exportador de etanol. A utilização de energia sustentável melhora o nível de poluição do ar. A Toyota vem desenvolvendo várias tecnologias para a mobilidade sustentável e também a logística para torná-la realidade. Acreditamos que a próxima geração de biocombustíveis tenha um característica semelhante ao convencional da gasolina e do Diesel. Portanto, esperamos que esses combustíveis sejam distribuídos com satisfação atual e boa qualidade devido à sua alta densidade energética”, finalizou Morimitsu.

Fonte: AEA News


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