O Globo (Eco Verde)
Agostinho Vieira
Quando a Refinaria Duque de Caxias (Reduc) foi inaugurada, em 1961, não havia legislação ambiental, as águas da Baia de Guanabara estavam mais claras e o foco, basicamente, era crescer e gerar divisas. Hoje, 50 anos depois, algumas leis mais duras e dinâmicas não conseguiram ainda deixar as águas da baía limpas, mas fazem o Complexo Petroquímico do Rio (Comperj) ter preocupações ambientais que eram inimagináveis no passado.
Ele está sendo construído em Itaboraí, terá duas refinarias, uma petroquímica e deverá ter a sua primeira fase concluída no fim de 2014. O objetivo principal continua sendo o crescimento econômico, mas agora acompanhado de projetos como o plantio de seis milhões de árvores, a redução de emissões, educação ambiental para a comunidade e o inovador uso ou reuso de água de esgoto tratada no resfriamento das caldeiras e na geração de vapor.
Já a Reduc, primeira refinaria da Petrobras, segue processando 230 mil barris de petróleo por dia, pagando R$ 1,2 bilhão em impostos e assinando sucessivos Termos de Ajustamento de Conduta (TAC). O último, no fim do ano passado, dá um novo prazo de dez anos para que a empresa se enquadre em padrões mais aceitáveis. Mesmo assim ela continua com a pecha de ser a maior responsável pela contaminação da Baía de Guanabara por metais pesados.
O professor Emílio La Rovere, da Coppe, acredita que os TACs tornaram a velha refinaria 50% melhor do que era, do ponto de vista ambiental, e acha que ainda falta iniciativa à Petrobras. O Secretário de Meio Ambiente, Carlos Minc, é mais otimista. Ele explica que o último acordo contempla investimentos de R$ 1 bilhão em 48 ações socioambientais. Entre elas, a redução de 90% das emissões de enxofre e de 90% dos lançamentos de efluentes na baía. Itens importantes. Agora, só falta cumprir.