Simepetro - Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras, Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo
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Produção da Petrobrás pode cair este ano

 

O baixo volume de petróleo produzido pela Petrobrás em julho acendeu o alerta vermelho para o resultado do ano. Entre analistas financeiros, cresce a percepção de que a produção ficará abaixo do número registrado em 2011. Caso isso ocorra, será a primeira vez desde 2004 que a produção da Petrobrás no Brasil apresentará queda anual. Naquele ano, a produção média foi de 1,493 milhão de barris de óleo por dia, ante 1,540 milhão de barris diários em 2003.

 

A Petrobrás divulgou na noite de quarta-feira a produção de 1,940 milhão de barris diários de petróleo no Brasil em julho. Foi o pior resultado mensal desde outubro de 2010, quando foi produzido 1,938 milhão de barris por dia (bpd).

 

A reação foi imediata. Em relatório elaborado ainda na noite de quarta, os analistas Marcus Sequeira e Luiz Fonseca, do Deutsche Bank, questionaram se 2012 seria um novo 2004. “Se a produção permanecer no patamar de 2 milhões de barris por dia até dezembro, a Petrobrás apresentará queda da produção neste ano (ao contrário de nossa estimativa de produção estável), a primeira desde 2004.”

 

A produção média da Petrobrás em 2011 ficou em 2,022 milhões de barris por dia e, até julho deste ano, a produção está em 2,007 milhões de bpd em 2012. Por isso, apenas uma aceleração expressiva em relação aos níveis de julho possibilitará à Petrobrás não amargar a primeira queda da produção em oito anos.

 

A equipe do Deutsche lembra que dois FPSOs (navios-plataforma) entrarão em operação no segundo semestre, mas o efeito no resultado de 2012 será pequeno. Juntos, os equipamentos Cidade de Anchieta e Cidade de Itajaí terão capacidade para processar 180 mil barris por dia.

 

O analista do Banco Geração Futuro, Lucas Brendler, destaca que a produção da Petrobrás tem caído de forma consistente em 2012. Em janeiro, a produção nacional de petróleo da Petrobrás alcançou 2,110 milhões de barris por dia e desde então o indicador apresentou cinco quedas na comparação com o mês anterior – a exceção foi em maio.

 

Parada programada. A redução da produção em julho, de acordo com a Petrobrás, foi provocada pela parada programada para manutenção na plataforma P-8, no campo de Marimbá (bacia de Campos). Os números de 2012 também refletem a interrupção da produção no campo de Frade (bacia de Campos), ainda sem data para retornar.

 

O analista do Geração Futuro mantém a projeção de que a produção em 2012 terá leve alta em relação ao ano passado, alcançando 2,027 milhões de barris por dia, mas destaca que a possibilidade de uma queda se torna cada vez mais factível.

 

O analista de petróleo da SLW Corretora, Erick Scott, diz que a direção da Petrobrás sinalizou que a produção em 2012 e 2013 ficaria estável em relação a 2011. A companhia, no entanto, costuma trabalhar com uma margem de erro e, nesse cenário, uma queda da produção já havia sido sinalizada. “O resultado da Petrobrás tem vindo sempre abaixo do esperado. Por isso, se cumprida a projeção da própria companhia, podemos imaginar na melhor condição uma estabilidade em relação ao ano passado.”

 

O Estado de S. Paulo

 

André Magnabosco

 

 

 


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