O Povo/CE |
Carlos Henrique Coelho
A refinaria Premium II deve entrar em operação em 2013, e a ideia é que fique no município de Caucaia. Porém, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirma que a data é apenas uma projeção e que a entrega da obra é passível de atrasos. Ele não deixa claro nem mesmo quando será iniciada a construção. “Como tudo na vida o projeto pode sofrer contingenciamentos”, antecipou o executivo da estatal, ontem, em evento na Assembleia Legislativa. A Petrobras espera uma produção de 300 mil barris de óleo refinado por dia na nova refinaria, sendo 150 mil em 2013 e a outra metade somente em 2015. O investimento vai gerar 90 mil empregos diretos e indiretos, sendo que durante as obra, previstas entre 2010 e 2014, serão mobilizadas 7,5 mil pessoas de forma direta e no pico da montagem, em 2015, serão criadas 14 mil vagas. A preferência é para mão-de-obra local. Gabrielli foi bastante evasivo quanto aos prazos de obras e funcionamento da refinaria, mas por diversas vezes taxativo em garantir o investimento. “Se eu disse que vai ser feito, podem ter certeza de que vai ser feito”, bradou Gabrielli. Ele explicou o que chamou de contingenciamentos que poderão atrasar o cronograma. “Refinarias funcionam assim mesmo, por etapas. Em qualquer parte do mundo é desse jeito. Primeiro temos que tratar das questões legais, ambientais e de planejamento”, relatou. Em um discurso otimista, ele avaliou que a refinaria já está em funcionamento. “Estamos trabalhando. Centenas de pessoas estão lá na montagem do projeto. A Petrobras não joga dinheiro fora e se aceitamos trazer a refinaria para o Ceará é porque sabemos o que estamos fazendo. Ela será implantada porque é viável e tem compromisso social”, discursou. Projeções Já quanto às questões levantadas pelos parlamentares sobre a atuação da petrolífera no Estado, Gabrielle se mostrou irritado e disse que já existem projetos realizados no Ceará e relacionou quatro, que estariam em andamento há sete anos. “Fizemos um terminal de gás, que é importante na geração de energia, a usina de biocombustíveis de Quixadá, a fábrica de asfalto na Lubnor e a retomada da indústria naval.” Há ainda a demanda por equipamentos no Estado. Para o Ceará, foram destinadas sete sondas de manutenção de poços, cada uma ao custo variando entre US$ 600 milhões e US$ 1 bilhão. São seis marítimas e uma terrestre, localizada na Fazenda Belém. No total existem seis campos de exploração cearenses, sendo quatro no mar (com 191 perfurações) e duas terrestres (63 poços). A expectativa é de que haja crescimento de produção, passando para 743 poços produtores, sendo 77 no mar e 666 na terra. Segundo Gabrielli, o Ceará é responsável por produzir 2 mil barris de petróleo por dia. A produção de petróleo e gás no Brasil, atualmente, é de 2,7 milhões de barris ao dia e a projeção feita por Gabrielli é de que, em 2020, este volume tenha um salto significativo, passando para 5,7 milhões diários, mesmo sem os novos poços do pré-sal. Números 600 330 80 70 70 50 40 35 |